sábado, 9 de janeiro de 2016

Debates a sério: Soares vs Cunhal


Provavelmente o melhor debate de sempre da história política portuguesa (e não apenas nos "soundbytes"): sem limite de tempo, sem sobreposição de intervenções, com o melhor Soares de sempre e um Cunhal igual a si próprio.
Com ideologia (essa coisa hoje considerada nefasta) - a velha dicotomia liberdade/igualdade está lá. Um verdadeiro manual, com várias lições para os tempos políticos actuais.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

O debate entre Nóvoa e Marcelo

Foram só 37 minutos. Mas foram suficientes.
Há várias coisas que se puderam comprovar.
Mas, acima de tudo, será que Nóvoa percebeu que o ponto que tentou vincar - no fundo, o de que Marcelo sempre esteve bem com "Deus e o diabo" (no seu ziguezaguear constante) - é justamente o que se pede a um PR no momento político actual (e vindouro)?


Eu estava (moderadamente) indeciso - a abstenção ou o voto em branco não me pareciam mal. Agora já não.
E em acréscimo: porque se lembrou Nóvoa, ao fim de 40 anos de inacção política, de concorrer a PR? Fiquei eu sem perceber...
Como diria José Mário Branco, nunca gostei de quem sai de casa de cravo na mão "a horas certas".




sábado, 2 de janeiro de 2016

A incerteza, Cavaco e Kasparov


Vi hoje que o Senhor Presidente da República dirigiu uma mensagem aos portugueses na qual se referia à circunstância de vivermos em tempos de "incerteza".
Se percebi bem (e confesso que não prestei excessiva atenção porque me lembrei logo do que vem a seguir), a essa "incerteza" era dada conotação nefasta.
Por mais que queira concordar, não consigo.
Mas há algum tempo que seja de certezas absolutas?
A incerteza é, de resto, um desafio que nos torna... humanos.
Em "a vida imita o xadrez" (um livro fabuloso), Kasparov referia-se à incerteza (à dúvida) como a maior das tensões criativas e, numa imagem sugestiva, ilustrava-a como o que acontece quando em qualquer teste de "multiple choice" é acrescentada a hipótese de resposta "nenhuma das anteriores".
Depois de ter ouvido Cavaco Silva dizer o que disse, fiquei, portanto, com a certeza absoluta de que grandes tempos - maus ou bons - se avizinham.
De incerteza, pois claro.
Ainda bem.