Eis 2017. Cumprem-se 100 anos sobre a revolução russa, enquanto persistem dúvidas se o século XX começou aí ou, depois, com o início da II Guerra Mundial (sou pela segunda opção).
Em Portugal, o século XX político terminou agora, com a morte de Mário Soares.
De facto, por mais voltas que se dêem (e por maiores cegueiras fanáticas que se cultivem), o século XX português teve três figuras maiores: Salazar, Cunhal e Soares.
Em Portugal, o século XX político terminou agora, com a morte de Mário Soares.
De facto, por mais voltas que se dêem (e por maiores cegueiras fanáticas que se cultivem), o século XX português teve três figuras maiores: Salazar, Cunhal e Soares.
Salazar (entre muitas outras coisas - que incluem fintas a alemães, americanos, ingleses e monárquicos) pôs um ponto final na balbúrdia errante da I República; Cunhal (com muito mais detalhes) foi o emblema maior da luta contra o despotismo salazarista; Soares (também com muito mais coisas) foi o símbolo da vitória sobre a perspectiva do totalitarismo comunista. Acrescentou-lhe a "Europa", a qual se encarregou de se destruir depois a si própria, por não ter inimigos figadais (à "Europa" sempre fez falta a "sociável insociabilidade" kantiana...) e por ser um sonho impossível.
Salazar, Cunhal e Soares são personagens da verdadeira história (política) - que, como é hábito, se foi engolindo a si mesma.
O século XX português terminou agora; o século XXI ainda está por começar. E os personagens, por enquanto, não auguram (nem auguraram antes) nada de bom.
Mas é sempre assim: a História trará novos protagonistas e, depois, encarregar-se-á de fazer deles memória, a par de outras figuras que acabam por ser notas de pé de página (umas mais e outras menos importantes).
O século XX português terminou agora; o século XXI ainda está por começar. E os personagens, por enquanto, não auguram (nem auguraram antes) nada de bom.
Mas é sempre assim: a História trará novos protagonistas e, depois, encarregar-se-á de fazer deles memória, a par de outras figuras que acabam por ser notas de pé de página (umas mais e outras menos importantes).
Isto, claro, sendo certo que nós próprios - Portugal - somos uma nota de rodapé nos destinos do mundo. Mas das boas. E das que interessam, pelo menos a nós.