Estou longe de alinhar com muitas das ideias políticas de Daniel Oliveira. Mas nunca cederei à cegueira de que isso faça com que deixe de o considerar invulgarmente inteligente e, bastas vezes, pleno de acerto no que diz e escreve. O texto que publicou há cerca de uma hora (como outros que dele já li) é prova disso mesmo. Deixo-o aqui copiado.
Felizmente, há coisas que valem a pena.
"Diz-se que quem não deve não teme. Eu devo e por isso temo. Devo a minha intimidade, as minhas taras pessoais, o meu humor negro privado, as minhas fúrias, os meus momentos infelizes, as minhas falhas pessoais e outras.Temo os moralistas, as quadrilheiras, os infelizes que vivem de chafurdar na vida alheia. Temo os bufos e os pides dos tempos modernos. Temo os jornalistas pimba deslumbrados com a lama em que se movem. Temo os linchadores anónimos das redes sociais, tão antigos como toda a miséria moral. Devo porque estou vivo e não quero ser uma estátua de mim mesmo. Temo porque a mediocridade humana é como a sua generosidade: infinita e imprevisível. E por isso mesmo acredito que a defesa da privacidade não é um luxo. É um dos valores mais sagrados da vida em sociedade. Quem acha que não deve só pode ter uma vida pequena e infeliz. Quem acha que não não teme só pode ser idiota - Daniel Oliveira".