terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Corpo e Transcendência



Como tantas vezes acontece, ainda não me tinha apercebido em pleno do quão extraordinário é Anselmo Borges, apesar de já ter tido ocasião de conversar com ele.
Ter-me vindo parar às mãos, neste Natal, o seu último livro - "Corpo e Transcendência" (publicado pela Almedina e com prefácio de Adriano Moreira) - foi uma benção. Volvidas umas meras dezenas de páginas (comecei pelos capítulos acerca da morte e a eutanásia), fiquei seguro de que vi poucas vezes, em português, um diálogo tão certeiro e profícuo com Kant, Hegel, Espinoza, Unamuno e tantos outros (Heidegger, claro, também lá está).
Espero ter a coragem de lhe escrever - o livro é o pretexto certo.



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Maus sinais



Vítor Constâncio declarou ontem (ver aqui) que o colapso do euro "é impensável".
Eis (mais) uma boa razão para que se tema o pior.




sábado, 10 de dezembro de 2011

A velha questão da diferença


É-me rigorosamente indiferente quem ganha um Real-Barça. Não sofro por nenhum deles. Para isso, já me basta o Benfica.
Mas para quem gosta de futebol, como eu, é um prato difícil de recusar.
Tão difícil de recusar como a mais factual das verdades: com as equipas actuais, pode acontecer, como é evidente, que qualquer uma delas ganhe -  é sempre assim no futebol. Mas se tudo correr na normalidade, o Barcelona ganhará: fora, em casa, ou em campo neutro.
É por isso que tem quase sempre sido assim. A excepção (que me lembre, a final da taça, em prolongamento) apenas se limita a confirmar a regra. E o jogo de hoje, que o Real perdeu em sua casa, liderando o campeonato, depois de começar o jogo praticamente a ganhar 1-0 (condições difíceis de repetir), comprova isto mesmo.
Isto não invalida que o Real não possa ganhar o campeonato este ano: a arte de ganhar campeonatos não se faz de uma corrida a dois. E o factor Mourinho não é desprezível. Mas o facto é que onze contra onze, no mesmo relvado, o Barça, com estas equipas, ganhará, em dez jogos, sete.
É fácil de explicar:
Xavi e Iniesta são melhores que quaisquer jogadores que Mourinho resolva pôr no meio campo. Infinitamente melhores.
O Barça é melhor equipa que o Real. Muito melhor.
Messi, apesar da diferença de estilos, é melhor que Ronaldo. Bastante melhor.
Mala suerte.