sexta-feira, 20 de abril de 2012

O sonho na bagagem

Costumo dizer que a geração daqueles que tinham 20 e poucos anos em 74/75 trazia o sonho na bagagem.
E isso ainda se nota, de algum modo, hoje, quando estão à beira dos 60.
Têm uma maneira de dizer e de sentir que os torna peculiares. Cultivam, ainda, uma "atitude", embora a maior parte se tenha perdido, já cansada, nas sempre sinuosas escolhas entre a liberdade e a igualdade.
Mesmo assim, distinguem-se.
Deve ser por terem tido o privilégio de "acreditar".
Que inveja.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Sinto muito


Juan Carlos sente muito.
Eu também.
A não ser pela confirmação de que a monarquia é, hoje, uma anedota.

Hasta Siempe (Jan Garbarek)


SARKOZY

Aproxima-se velozmente o ocaso de mais um medíocre líder do vácuo político europeu.
O problema não é ser de esquerda ou de direita. É ser rigorosamente nada.
Até sempre!



quinta-feira, 12 de abril de 2012

sexta-feira, 6 de abril de 2012

RTP INFORMAÇÃO ("Zona Mista"): Gobern


Estava a decorrer o final do Benfica-Braga e o "zona mista" da RTP estava a emitir em directo.
João Gobern foi fintado pelo plano das câmaras e, perante o emocionante final do jogo, não resistiu a erguer um punho quando o Benfica, inesperadamente, decidiu o jogo a seu favor, com um golo já nos descontos.
Foi um movimento fugaz e genuíno. Até furtivo. Mas as câmaras, por um azar dos Távoras, não apontavam, em grande plano, e como é costume, para o debitar de banalidades politicamente correctas com que Bruno Prata brindava, naquele momento, os telespectadores.
Resultado: João Gobern foi dispensado do programa. Despedido.

Que a RTP é um ninho de trogloditas já se sabia. Que já devia ter sido desmantelada (ninguém quer comprar tamanha sucata...) também.
Ficámos agora a saber que a RTP é, igualmente, cretina. Tout court.
Gobern era dos poucos jornalistas que, nestes formatos televisivos de futebolês, se exprimia com correcção. Sabe conjugar um verbo, o que é raro nestes areópagos do comentário desportivo, nos quais cada comentador veste sempre uma camisola (mais ou menos disfarçadamente, tal como Gobern fazia).
Gobern sabe de bola, sabe falar (coisa rara e, certamente, pouco apreciada) e andava longe do politicamente correcto (mesmo quando criticava o Benfica, Pinto da Costa e quem mais lhe apetecia). Era, por isso, estritamente necessário saneá-lo assim que possível, ao mínimo pretexto.
A ocasião surgiu com o gesto genuíno e impulsivo.

Claro que é de Brunos Pratas que a RTP precisa. A trocar os "b"´s pelos "v"´s e sempre muito politicamente correctos. Bem arranjadinhos e a usar palavras caras de que não conhecem o significado.
Façam bom (ou vom?) proveito.
Um nojo.


 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O charme da derrota


O Benfica perdeu hoje com o Chelsea.
Já tinha perdido em Lisboa a jogar bem.
Hoje, jogou 60 minutos com dez, sem centrais (e depois sem lateral), contra doze e marcou a cinco minutos do fim.
Com 3 mil adeptos a berrar, no estádio, do princípio ao fim, mesmo a perder.
Too sexy.

terça-feira, 3 de abril de 2012

A desgraça da golpaça

Ficamos agora a saber que o que faz disparar a fúria impante de José Seguro não é o desemprego, a crise financeira, ou os desmandos do Governo no que toca à gestão de algumas pastas.
Não.
O que desnorteia Seguro - e o põe a bramar na arena mediática - é que um comentador político etiquete de "golpaça" as suas manobras de revisão estatutária no PS.
É verdadeiramente extraordinário.
Será que Seguro tem noção de que, doravante, fica permanentemente obrigado a responder aos dislates dominicais de Marcelo, com fúria proporcional à que desta vez usou?
É provável que não.