sábado, 29 de outubro de 2011

Onde está o inimigo?

Eis a pergunta decisiva para quem, como eu, trata esta crise, desde o início, como uma guerra.
A pior, desde 1945.

O drama desta é que não tem inimigo visível; não se presta a causas.
E os mortos - que estou seguro que haverá - sê-lo-ão em surdina.

O inimigo é a ortodoxia cretina do neoliberalismo monetarista? Ou os desmandos de um Estado-Providência incomportável?
O inimigo é o ataque ao modelo social europeu, ou a cegueira que não vê limites no que se pode gastar?
O imimigo é o jugo da aritmética insuportável, ou a irresponsabilidade da abundância que não podemos pagar?
O inimigo é a política, por ter reduzido a economia à penúria? Ou é a economia, por ter reduzido a política a quase nada?
O inimigo é a Europa, sempre ausente de si? Ou somos nós (e os nossos vícios), apesar da nossa imensa insignificância?

Os gregos não são certamente o inimigo.
Oxalá fossem.

Canal Panda

Get it?

A solidariedade é o domínio do nós.

Um tema das Arábias

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Uma coisa com senso

Ainda não tenho opinião formada sobre a necessidade e os efeitos do corte dos subsídios de Natal e de férias aos funcionários públicos. E falta-me informação sobre a vasta ofensiva fiscal prevista no orçamento de estado de 2012 (aumentos de IMI, fim das deduções nos dois últimos escalões do IRS, aumento do imposto sobre o tabaco, aumento da taxa de IVA para vários bens e serviços, etc.).

Registo apenas que Vítor Gaspar, sem se comprometer com o futuro, disse que podemos manter um "optimismo moderado". Por mim, conservarei um pessimismo esclarecido: não acredito que o corte dos subsídios de Natal e férias (e outras medidas afins) se limitem a durar até ao final de 2013. Sou capaz de apostar.

Uma das medidas parece, porém, inatacável (a par do fim de alguns feriados). A partir do próximo ano, será possível deduzir 5% do IVA pago na aquisição de quaisquer BENS e SERVIÇOS em sede de IRS (até um limite máximo que ainda está por esclarecer).
É uma medida que se saúda, pois estimulará o cumprimento integral das obrigações fiscais em sectores onde a praxe deixava larga margem à evasão.


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A constatação



Se havia dúvidas, elas dissiparam-se com a comunicação ao país do primeiro-ministro: estamos, com uma diferença de alguns meses, a fazer a mesmíssima trajectória da Grécia.

É tão grave, que não interessa de quem é a culpa.



Já te tinha dito

Trichet, antes de sair, disse que a Europa vive "a pior crise desde a II Guerra Mundial" (ver aqui).

Julgava que isto era uma evidência. No Arruadas, pelo menos, é. Há muito tempo.

Outra vez Rach

sábado, 8 de outubro de 2011

Não precisávamos disto

Robert Shapiro, assessor do FMI, diz que a banca europeia pode colapsar "em duas ou três semanas" (ver link).

domingo, 2 de outubro de 2011

Afirma Soros

Segundo George Soros (ver link), as autoridades europeias perderam o controlo da situação, o que pode conduzir a uma nova Grande Depressão, com consequências políticas incalculáveis (leia-se: conflitos e guerras).



Conclusão: nenhuma novidade.




sábado, 1 de outubro de 2011

De Alvalade

Desde o início desta época que nos jogos do Sporting em Alvalade, quando as equipas entram em campo para o começo das partidas, toca sempre um tema especial nos altifalantes do estádio.

É o "ecstasy of gold", de Ennio Morricone:



É tão inspirador que é esta, provavelmente, a razão para o Sporting ter voltado a jogar à bola este ano.


 


Isaltino (ii)

EXTRA CREDIT AWARDED