sábado, 30 de maio de 2015
sábado, 23 de maio de 2015
A aprendizagem do mal
É simples, mas perturbante.
Há uma espécie de manual de sobrevivência para quem se quer "safar" em que um dos capítulos principais é o da aprendizagem do mal.
É básico, chega a ser rudimentar. Mas tem que ser dominado com mestria.
Um aprendiz de sucesso nestas artes gosta, acima de tudo, de si próprio. E não pode duvidar disso um segundo - como, aliás, geralmente, não duvida. Os outros são um mero apóstrofe.
Usa do acinte e da amoralidade sem parcimónia. Porque está convencido, claro, de que há uma moral só para si, que lhe permite tudo.
Ou seja: não há, no fundo, moral alguma. E, como tal, nada há que possa servir de freio.
Passamos a vida a ouvir que isto resulta sempre mal. E que acaba em tragédia.
Mas, tantas vezes, o que nos é dado ver é que acaba por não ser assim. Pelo menos, em tempo útil.
Claro que há uma estupidez de que isto se nutre: uma estupidez luminosa e que não tem mais requinte do que um semáforo, porque se repete sempre e é facilmente previsível.
Mas irrita ver que os catedráticos do mal se acham muito mais espertos do que os outros. Só porque, de tão evidentes, apetece dar-lhes um lamiré sobre os capítulos seguintes, aos quais nunca acederam, pese embora nunca deles tenham sentido a falta.
A solução é divertirmo-nos com isto, porque não vai ser possível vencê-los. Até porque, quase sempre, não há paciência para tanto. A felicidade deles é no seu mundo, onde se faz apenas das armas que conhecem.
A boa notícia é a de que alguém os vencerá por nós - só por dominar, ainda melhor, os predicados do mal. Há sempre melhores alunos ao virar da esquina.
Esta última parte é, felizmente, sempre assim.
Há quem lhe chame karma.
quinta-feira, 21 de maio de 2015
segunda-feira, 18 de maio de 2015
sexta-feira, 15 de maio de 2015
quarta-feira, 13 de maio de 2015
A propósito dos Linkedins da vida
It´s not the job that makes the man. It´s the man that makes the job.
domingo, 10 de maio de 2015
quinta-feira, 7 de maio de 2015
quarta-feira, 6 de maio de 2015
terça-feira, 5 de maio de 2015
Roma não paga a traidores
Numa das mais espantosas e menos lembradas cenas de Eyes Wide Shut, Cruise, naquela noite olímpica e do tamanho de uma vida inteira, é atraído por uma prostituta para casa dela, num evento secundário.
Nada se passa, à excepção de que há uma incrível tensão a trespassar o ecrã.
Ela é lindíssima e ele sabe. Por um acaso, ele não vai poder tocar-lhe. Mas gosta tanto dela, só naquele breve momento, que lhe quer pagar à mesma, embora ela comece por recusar.
Não há nada nisto que seja pouco natural. Tudo faz sentido. E nem por um momento duvidamos de que Cruise lhe vai pagar. 150 dólares, se me recordo bem.
Este é o simétrico perfeito de "Roma não paga a traidores".
Na cena de Eyes Wide Shut, não há prestação, mas o pagamento é uma consequência lógica e evidente, nunca posta em causa.
Quando se proclama que "Roma não paga a traidores", há prestação, mas não há pagamento. Por razões igualmente óbvias e de moralidade insuspeita.
É habitual criticar-se o costume romano. Aponta-se um certo cinismo amoral ao acto do romano que suborna e depois não paga ao subornado, malgrado este tenha perpetrado o mal que prometera.
Em Eyes Wide Shut, posta a coisa ao contrário, não há dúvidas nem críticas que possam subsistir. É a prova de que os romanos tinham razão.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
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