Eis a pergunta decisiva para quem, como eu, trata esta crise, desde o início, como uma guerra.
A pior, desde 1945.
O drama desta é que não tem inimigo visível; não se presta a causas.
E os mortos - que estou seguro que haverá - sê-lo-ão em surdina.
O inimigo é a ortodoxia cretina do neoliberalismo monetarista? Ou os desmandos de um Estado-Providência incomportável?
O inimigo é o ataque ao modelo social europeu, ou a cegueira que não vê limites no que se pode gastar?
O imimigo é o jugo da aritmética insuportável, ou a irresponsabilidade da abundância que não podemos pagar?
O inimigo é a política, por ter reduzido a economia à penúria? Ou é a economia, por ter reduzido a política a quase nada?
O inimigo é a Europa, sempre ausente de si? Ou somos nós (e os nossos vícios), apesar da nossa imensa insignificância?
Os gregos não são certamente o inimigo.
Oxalá fossem.