Estava a decorrer o final do Benfica-Braga e o "zona mista" da RTP estava a emitir em directo.
João Gobern foi fintado pelo plano das câmaras e, perante o emocionante final do jogo, não resistiu a erguer um punho quando o Benfica, inesperadamente, decidiu o jogo a seu favor, com um golo já nos descontos.
Foi um movimento fugaz e genuíno. Até furtivo. Mas as câmaras, por um azar dos Távoras, não apontavam, em grande plano, e como é costume, para o debitar de banalidades politicamente correctas com que Bruno Prata brindava, naquele momento, os telespectadores.
Resultado: João Gobern foi dispensado do programa. Despedido.
Que a RTP é um ninho de trogloditas já se sabia. Que já devia ter sido desmantelada (ninguém quer comprar tamanha sucata...) também.
Ficámos agora a saber que a RTP é, igualmente, cretina. Tout court.
Gobern era dos poucos jornalistas que, nestes formatos televisivos de futebolês, se exprimia com correcção. Sabe conjugar um verbo, o que é raro nestes areópagos do comentário desportivo, nos quais cada comentador veste sempre uma camisola (mais ou menos disfarçadamente, tal como Gobern fazia).
Gobern sabe de bola, sabe falar (coisa rara e, certamente, pouco apreciada) e andava longe do politicamente correcto (mesmo quando criticava o Benfica, Pinto da Costa e quem mais lhe apetecia). Era, por isso, estritamente necessário saneá-lo assim que possível, ao mínimo pretexto.
A ocasião surgiu com o gesto genuíno e impulsivo.
Claro que é de Brunos Pratas que a RTP precisa. A trocar os "b"´s pelos "v"´s e sempre muito politicamente correctos. Bem arranjadinhos e a usar palavras caras de que não conhecem o significado.
Façam bom (ou vom?) proveito.
Um nojo.