quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Sócrates: o texto (Daniel Oliveira)





Já se sabe que acho Daniel Oliveira um dos "comentadores" (seja lá o que isso for) que melhor pensa em Portugal.
Discordo dele muitas vezes, mas nem por isso deixo de apreciar como pensa bem.

E um texto demonstra, quase sempre, como pensa - bem ou menos bem - quem o escreve. Não é (como tantas vezes tentam vender) um problema de estilo, de vírgulas, de acentos, ou de gramática. Não. Um bom texto tem um fio, uma textura indecifrável, e (porque não dizê-lo?) uma matemática oculta, que deixa assinada - a traço mais ou menos grosso - a inteligência de quem o escreveu.

O mais recente texto de Daniel Oliveira é, para mim, a prova de tudo isto (ver o link aqui). E - insisto - não concordo com grande parte do que lá vem dito. Mas é um texto - e que texto.

Se quiserem ver a diferença - e porque o assunto é o mesmo -, façam o favor de dar uma saltada aqui (ver link).

Repito: a diferença não está no estilo, na técnica (que, no último caso, é rupestre), ou na gramática. Está mesmo no contraste entre a inteligência do verbo e a pura acefalia.
É pena, mas é mesmo assim.