domingo, 13 de março de 2016

As nomeações de Costa

Têm circulado notícias várias (nunca desmentidas) segundo as quais o governo actual já terá procedido a mais de 1000 nomeações (para gabinetes governamentais e quejandos).
Não me interessa propriamente a magnitude deste número: mil ou mais. Esta voracidade é característica de todos os governos do burgo (e apenas um sub-produto do "Estado Leviathan" que James Buchanan descreveu há muito).
E não é só cá, para sermos justos.

Aliás, este instinto predatório (de que PSD e CDS também sempre padeceram) tem agora uma nova justificação: é difícil aos nomeados fazerem-se rogados (quando isso sequer lhes passa pela cabeça) face às atraentes e novas condições impostas por Avoila para os funcionários do Estado.
O que interessava saber é quantos dos recentes nomeados são filiados (ou simpatizantes conhecidos) do BE e do PCP.
Isso, sim, seria interessante saber: tão-só para que se possa ter uma ideia do "preço" que Costa esteve (e está) disposto a pagar para alimentar clientelas que, agora, não são só as do PS.

Em suma: quanto "custa" manter um governo inédito em dezenas de anos de democracia?
As hordas de nomeados pelos novos governos (sejamos imparciais...) estão longe de constituir um fenómeno original e sobre o qual valha a pena dissertar (nisto, PSD, PS e CDS nunca foram diferentes - são factos).
Mas o que é novo é querer saber-se quanto "custa" (na dimensão "clientelar") o peculiar entendimento PS/BE/PCP. Isso, sim, tem interesse - para que se possam tirar as ilações devidas a respeito do que "custa" o "salutar entendimento das esquerdas".
Não é uma curiosidade sectária. É apenas curiosidade "científica".
E não tenho dúvidas de que, do ponto de vista "ético" (depois de tantos anos a perorarem a este respeito), BE e PCP estarão prontos a fornecer todos os esclarecimentos. Porque não lhes perguntam?