terça-feira, 24 de novembro de 2015

A matemática das palavras


É uma outra matemática, mas é matemática.

Há uma lógica e uma estética ocultas na arrumação das palavras. Elas encaixam, nos dias felizes, umas nas outras, com inteira perfeição. Pedem-se, mesmo, umas às outras e o arranjo final tem uma assinatura também implícita.

O verbo pode vir no fim, há gerúndios que fazem sentido, há vírgulas fundamentais. Mas há, sobretudo, uma lógica perene que, todavia, não sobreviveria sem o estilo. E que transcende a linguagem e o encadeamento das ideias, malgrado seja este essencial. Como num puzzle perfeito: o da engenharia das emoções, que os números teimam em não alcançar.

É, sem resto, a matemática das palavras.