"Depois de um mês de fitas sem propósito, nem sentido, o Presidente da República acabou por encarregar Costa de formar governo: uma solução que toda a gente sabia inevitável e ele também. Mas ficou com dezenas de audiências e um molho de papéis na mão, com que ele provavelmente se pensa justificado. Não percebeu com certeza que daqui a dois meses vai desaparecer de cena para grande alívio dos portugueses, que o vêem como o grande responsável pela catástrofe que nos caiu em cima e que desmanchou o equilíbrio político da República. Mesmo no PSD não o conseguem engolir, apesar do seu longo e munificente mandato de primeiro-ministro, de que, para não variar, saiu tão mal como saiu agora, para grande desconsolo do partido e dos seus mais devotos fiéis".
Vasco Pulido Valente - Público (27/11/2015)