segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Mas queriam o quê?

As declarações que Marinho e Pinto fez ao Expresso há uma semana sobre a eventualidade de um governo de esquerda e em que considerava ser “mais útil ao país que o PS permanecesse na oposição” foram a gota de água que trouxe à tona algumas desconfianças e divergências submersas no Partido Democrático Republicano (PDR).
Esta semana, num comunicado conjunto, dois fundadores, o ex-diretor de campanha, o cabeça de lista e ex-nº 2 por Santarém, dois membros da Comissão Política, e ainda outros candidatos apresentaram a sua cessão de confiança por “fortes e insuperáveis dissidências de substância, ideologia, estilo, discordâncias de programa, desencontro evidente de objetivos e visíveis divergências de matiz político”.
Entre as mais de dez demissões que surgiram após as legislativas está a de Eduardo Milheiro, fundador e membro do Conselho Nacional, que numa carta dirigida a Marinho e Pinto acusa-o de ter uma atitude “autocrática, continuando o seu percurso de colagem à direita”.
Além das divergências ideológicas aquele ex-membro disse ao Expresso que há “falta de democracia interna” e que o partido “mais parece um grupo de amigos que se junta ao fim de semana para fazer umas reuniões e almoçar”.
Confrontado com as acusações e as demissões, Marinho e Pinto contra ataca afirmando que a maior parte dos que saíram “são pessoas que têm uma ambição maior do que o próprio casulo”, que não foram eleitas no congresso de maio e que “queriam agora elegerem-se e fazer uma caça às bruxas”. E conclui: “Andaram à minha volta a bajular-me, alguns até com elogios patéticos, mas como sou impermeável, foram embora. Parabéns. Boa viagem.”
Expresso