domingo, 5 de junho de 2011

A partida de Sócrates e o discurso do adeus

Sócrates acaba de se afastar da liderança do PS.
O discurso do adeus, faça-se-lhe justiça, foi bom. Em qualquer circunstância, seria sempre: nisto, Sócrates nunca falhou.
O problema não está no modo. Está no quando.
Foi cedo, logo às 21h. Mas veio com dois anos de atraso.
Dois longos anos de teimosia e de inverdades. Com momentos em que a tenacidade dos loucos tomou conta de tudo. Sócrates jamais poderia governar sem maioria absoluta - o autismo do ocaso confirma-o sem rodeios. A incapacidade de dialogar com quer que fosse atesta-o até ao limite.
Agora, como o homem disse, será a História a julgá-lo. E isso, em Portugal (e Sócrates sabe-o), acaba sempre bem: a absolvição está garantida.

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